Dermatologia Clínica – Adulto

A acne é uma afecção muito comum dos folículos da pele, formados por pelo e glândula sebácea.  Ocorre na face e porção superior do tronco (áreas mais oleosas), e acomete a maior parte dos adolescentes, embora ocorra também em adultos. É causada pela associação da predisposição genética à obstrução dos poros, aumento da produção das glândulas sebáceas e presença de bactérias na pele. 

Se manifesta pela formação de comedos (cravos), pápulas inflamatórias e pústulas (espinhas), nódulos e cistos. Tais lesões podem deixar sequelas como manchas e cicatrizes, que podem ser evitadas quando o tratamento é iniciado precocemente.

É importante ressaltar que o tratamento é um processo contínuo, com melhores resultados após semanas de tratamento regular.

O tratamento tópico é feito com géis, loções ou cremes contendo medicações, e o uso de protetor solar é obrigatório. Para os que não respondem aos tratamentos tópicos, o  tratamento sistêmico pode ser feito com antibióticos, terapia hormonal ou isotretinoína. Existem ainda os tratamentos complementares, como os peelings químicos, limpeza de pele, injeções de medicamentos, lasers e LED.

O tratamento das cicatrizes pode ser feito com laser, bioestimuladores de colágeno, microagulhamento, preenchedores , peelings químicos e subcisão cirúrgica. Em geral, a associação de técnicas traz melhores resultados.

Apesar de o câncer de pele ser o tipo de câncer mais comum no mundo, tem uma alta taxa de cura quando detectado precocemente.  O câncer se origina de uma mutação celular, que gera uma multiplicação descontrolada de células anormais, podendo, em certos casos, se disseminar para outros órgãos. 

Os principais tipos de câncer de pele são carcinoma basocelular, carcinoma espinoceluar e o melanoma, este último mais raro e mais agressivo.

A exposição solar inadequada é um dos fatores contribuintes para o surgimento do câncer de pele. O dano pela radiação do sol é cumulativo, por isso a importância da proteção solar adequada desde a infância. Pessoas com pele clara, olhos claros e cabelos claros, com sardas, com histórico pessoal ou familiar de câncer de pele, ou com histórico exposição solar sem proteção adequada mesmo na infância, tem um maior risco de desenvolvimento da doença ao longo da vida.

Quando suspeitar de uma pinta?

 A regra do ABCDE é um instrumento que pode ser usado por não médicos para detecção de uma pinta suspeita. Na presença de uma dessas características, a pinta deve ser avaliada por um dermatologista:

A – assimetria

B – bordas irregulares

C – cores múltiplas na mesma lesão

D – diâmetro maior que 5mm

E – evolução (modificação da cor, formato,  tamanho, sangramento espontâneo)

O diagnóstico dos cânceres de pele é suspeitado no exame clínico e deve ser confirmado com biópsia. Embora existam outras modalidades de tratamento, a grande maioria é tratada por retirada cirúrgica da lesão.

Como se prevenir?

Por existir uma forte relação causal com a exposição ao sol, deve ser feita proteção solar adequada desde a infância. Algumas medidas podem ser tomadas para reduzir o risco:

• Uso diário de protetor solar e reaplicação adequada a cada 2h
• Uso de roupas com proteção, chapéu, guarda-sol, óculos de sol…
• Manter-se na sombra nos horários de maior radiação (10h-16h)
• Evitar queimaduras solares

A dermatite atópica é uma doença muito comum que consiste em uma inflamação crônica da pele, geralmente associada a outros quadros de alergia e costuma ter início na infância.

Em geral se apresenta com lesões avermelhadas e irritadas, que coçam, e sua localização varia conforme a idade, sendo comum o acometimento das dobras dos braços e joelhos.

Costuma estar associada a uma pele ressecada. Pacientes portadores de dermatite atópica devem evitar contato com substâncias irritantes como cosméticos/produtos químicos contendo corantes ou perfumes, e procurar manter a pele sempre hidratada.

O tratamento consiste em prevenir crises, e tratá-las com o uso de medicações tópicas, na maioria dos casos. Pode ser necessário o uso de anti-histamínicos para controle da coceira e eventualmente antibióticos em caso de infecção das lesões.

Em casos mais extensos e graves, pode ser necessário tratamento com raios ultravioleta ou medicações sistêmicas.

É uma inflamação da pele caracterizada por vermelhidão, descamação e coceira, que acontece mais comumente no couro cabeludo, pálpebras, sobrancelhas, região ao redor do nariz e tórax. A queixa de caspa é frequente nos casos que acometem couro cabeludo. Acredita-se estar associada à presença do fungo Malassezia furfur nas áreas acometidas.

Alguns fatores externos como banhos quentes, frequência de lavagem reduzida, estresse psicológico, consumo de bebidas alcoólicas e alimentação podem piorar o quadro.

Embora não exista cura definitiva, a dermatite seborreica pode ser tratada e controlada.  O tratamento é feito com shampoos e medicações tópicas, contendo agentes antifúngicos e antiinflamatórios.

Sabe-se atualmente que a exposição solar em excesso, além de vermelhidão e queimaduras,  pode ser causadora de diversos outros problemas dermatológicos, como rugas, sardas, manchas, envelhecimento, dilatação de vasos, reações alérgicas, alterações de textura e câncer de pele. Sabe-se também que os danos pela exposição ao sol têm efeito cumulativo, e que as consequências podem aparecer vários anos após a exposição.

A luz solar emite diferentes tipos de raios, dentre eles o ultravioleta A (UVA), ultravioleta B (UVB) e luz visível. O UVA está presente durante todo o dia, e é o principal responsável pelo envelhecimento da pele e pelas manchas, enquanto o UVB está presente em maior intensidade das 10-16h, sendo o maior responsável pelas queimaduras solares e pelo desenvolvimento de cânceres de pele.

A fotoproteção é a proteção contra os raios emitidos pela luz solar, que pode ser feita através de barreira física (roupas adequadas, chapéu, guarda sol, óculos de sol…) ou pelo uso de protetores solares, que funcionam refletindo, dissipando ou absorvendo os raios solares. Quanto maior o fator de proteção solar (FPS), maior proteção ele vai conferir contra os efeitos maléficos do sol. Os protetores solares devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição solar e reaplicados a cada 2h, sempre em quantidade adequada.

É uma doença inflamatória e crônica, não contagiosa. Sua causa está relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à susceptibilidade genética.

O principal sintoma da psoríase é a presença de lesões de pele vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. Pode atingir também as unhas e articulações.

Alguns fatores associados ao risco de surgimento ou piora da doença são: histórico familiar, estresse, obesidade, clima frio, consumo de bebidas alcóolicas e tabagismo

 O tratamento varia conforme o tipo de psoríase e a gravidade de cada paciente. Os casos leves em geral são tratados com hidratação da pele, aplicação de medicamentos tópicos nas lesões e exposição ao sol controlada, sob orientação médica. Os casos moderados a graves podem necessitar de tratamento sistêmico, com comprimidos ou injeções.

A psoríase pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida, o que contribui para piora do quadro. O acompanhamento psicológico pode ser indicado em alguns casos. Como parte do tratamento, é importante manter um estilo de vida saudável.

O vitiligo é uma doença causada pela destruição das células que produzem o pigmento da pele, resultando em manchas brancas no corpo.

É importante salientar que não é uma condição contagiosa. Sua origem tem relação com fatores imunológicos, podendo ser desencadeada por fatores externos, como trauma mecânico na pele ou estresse psicológico.

O tratamento pode ser feito com medicações tópicas, injetáveis ou sistêmicas, e até com a exposição controlada à luz ultravioleta (fototerapia), variando de acordo com a extensão e a evolução do quadro.  A camuflagem com maquiagem e autobronzeadores pode ser feita de forma segura.  Deve-se usar protetor solar, para evitar queimaduras nas áreas sem melanina.